Agrocete faz tratamento de 350 mil litros de efluentes biológicos por mês em estações próprias
A alta tecnologia pode ser utilizada a favor do meio ambiente no mercado Agro, sim. E uma multinacional brasileira tem comemorado bons resultados nesse quesito com o seu tratamento de efluentes. Em Ponta Grossa, no Paraná, a Agrocete conta com um espaço que concentra a Estação de Tratamento de Efluentes e, no local, são tratados aproximadamente 350 mil litros de resíduos líquidos por mês. O volume é bastante expressivo considerando que há possibilidade de reutilização desses resíduos.
De acordo com Caique da Silva, especialista ambiental da Agrocete, o centro de tratamento de resíduos existe desde 2014 e foi ampliado em 2020. E, recentemente, a atuação do espaço foi premiada como sendo o melhor trabalho da área temática de Engenharia Ambiental e Tecnologias Limpas do III Web Encontro Nacional de Engenharia Química. “Aqui na fábrica da Agrocete, contamos com duas estações de tratamento de efluentes, sendo que uma recebe e trata apenas efluentes biológicos e a outra somente efluentes físico-químicos. No caso dos biológicos, a proposta é tratar o efluente e reutilizar na produção de fertilizantes foliares”, explica o especialista ambiental.
A operação de tratamento é bem minuciosa. O passo a passo envolve o recebimento dos efluentes em caixas elevatórias; o encaminhamento para um tanque de equalização onde acontece a correção de PH e a inserção de oxigênio para permanecer em contínua agitação. E, então, chega a parte principal do procedimento que é o tanque de aeração, onde há a reação biológica com oxidação da matéria orgânica. Na sequência, no tanque de decantação, ocorre a separação do efluente sobrenadante do lodo biológico decantado. Após alguns outros procedimentos, então, são feitos os testes para viabilizar o reúso.
“Os resultados para o meio ambiente são a redução do consumo de recurso natural, o uso consciente da água, a produção mais sustentável e a destinação mais nobre de água potável para consumo humano”, destaca Caique, lembrando que, além disso, tem o fato de a empresa atender aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Para Juliana Martins Teixeira de Abreu Pietrobelli, professora do Departamento Acadêmico de Engenharia Química e coordenadora do Programa de Pós-graduação em Engenharia Química da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), iniciativas como essa nas quais a empresa busca por tecnologias mais sustentáveis, aprimorando processos e buscando a valorização dos recursos e resíduos, minimizam significativamente os impactos ambientais. “Como o agronegócio está diretamente ligado ao meio ambiente e seu ciclo produtivo, é muito importante priorizar estratégias que busquem fechar o ciclo de vida dos produtos, utilizando os resíduos como matérias-primas para novos processos e gerando um fluxo contínuo de materiais e energia”, pontua.
A Agrocete tem indicadores revisados anualmente com relação ao meio ambiente de acordo com Andrea de Figueiredo Giroldo, diretora de Marketing e Desenvolvimento Técnico. “A proposta da empresa é que o tema faça parte de seu DNA e de sua estratégia de negócio, de modo que todo movimento feito internamente tenha o pilar da sustentabilidade contemplado”, diz, comentando que os principais desafios para esse trabalho são mudar produtos, processos, hábitos e o padrão mental.
“A conscientização ainda é um desafio, o tamanho da nossa responsabilidade com a sustentabilidade é proporcional ao impacto que geramos, e começa com o indivíduo, do que eu posso fazer hoje para garantir o futuro de nossas gerações. A responsabilidade é de todos e não pode ser terceirizada. Não pode estar somente em discursos, mas sim no dia a dia de nossas vidas”, conclui a diretora da multinacional.
ENTRE EM CONTATO
Para esclarecer dúvidas, sugestões, fazer reclamações ou obter informações, envie seu e-mail para: [email protected]